Eu velho, deixo tudo assim, nem me importo em ver a idade passar por mim, ouço apenas o que me convém, eu gosto mesmo é do gasto! Sei do incomodo, e ela até tem razão quando vem dizer que eu preciso de todo seu cuidado.
Mas, e se eu fosse o primeiro a voltar pra mudar tudo que eu fiz? Então, quem agora eu seria?
Ahh, tanto faz, e o que não foi não é, eu sei que ainda irei voltar, mas e aí? Eu quem será?
Eu moço, por outro lado, deixo tudo assim, nem me acanho em ver a minha vaidade, digo tudo o que condiz, eu gosto mesmo é do estrago!
Sei do escândalo, e eles até têm a razão, quando dizem que eu não sei medir, nem tempo e nem mesmo o medo.
E se eu for o primeiro, o pioneiro a prever e poder desistir do que for dar errado ?
Ahh, ora, se não sou eu quem mais vai decidir o que é bom pra mim? Dispenso a previsão!
Ahh, se o que eu sou é também o que eu escolhi ser, portanto aceito a condição. Pois, vou levando assim, que o acaso é amigo do meu coração, quando falo comigo, quando eu sei ouvir!
Por toda essa vida sei que posso ouvir o vento passar, até mesmo assistir a onda bater, porém o estrago que isso causa, essa vida é tão curta pra ver. Então eu pensei, que quando eu morrer, quem sabe acorde para o tempo e para o tempo parar. Um século, talvez um mês, umas três vidas ou até mais, darei um passo pra trás! ... Pergunto-me, por que será? “- Vou pensar!”
Como pode então, alguém sonhar sobre o que é impossível saber?! Já que não te dizer o que eu penso, é pensar em dizer... Mas isso eu vi, o vento leva. Não sei mais, sinto que é como sonhar, e que o esforço pra lembrar, é apenas a vontade de esquecer... E isso por quê? Diz mais! ...
Olha meu bem, se a gente já não sabe mais rir um do outro, então o que resta é apenas chorar. E talvez, se tiver que durar, venha renascido amor... Bento de lágrimas.
Pergunto-me, como será?
O vento é quem vai dizer bem lento o que virá, e se chover de mais, claro que a gente vai saber de um trovão se alguém depois irá sorrir em paz, só de encontrar!
Pois bem moça, olha só o que te escrevi! É preciso ter força, pra sonhar, e ainda perceber, que toda a estrada vai, muito além do que se pode ver!
Mas o que sei é que a tua solidão me dói, mas é muito difícil ser feliz, mais do que somos todos nós!
Sei também, que o vento que entortou a flor, passou pelo nosso lar, e foi você quem desviou com golpes de pincel, eu sei... É o amor, que ninguém mais vê!
Deixa-me ver essa moça, toma o teu, voa mais, que o bloco da família vai atrás!
- Vou pedir pra pôr, mais um na mesa de jantar, pois hoje vou prai te ver, então desliga o som dessa TV, pra gente conversar... Não esquece, diz pro bambo usar o violão, pede pro tico me esperar, e avisa que estarei chegando no último vagão! Nossa, como é bom te ver sorrir, deixa eu ver a moça, eu também vou atrás, e toda banda diz : - Assim é que se faz! .
Composição: Los Hermanos - O velho e o moço, O vento, Além do que se ver!
Adaptação: Fellipe Carvalho.